sexta-feira, 7 de maio de 2010

Salvo pelo palhaço

Tudo pronto: rafes, render, mockup – e aquela insegurança. O conceito era bom. O mockup bem feito. Os painéis, impressos. Mas faltava algo.
A pergunta que me incomodava desde o começo do projeto era: o que é isto? Quando mostrei os rafes às pessoas, pensei que os questionamentos aconteciam por eu não ter expresso bem o desenho. Mas, depois do mockup pronto, a pergunta persistia.
O problema estava no sistema cognitivo. Ao ver um objeto, você associa a algo que já existe. Alguém diz "cadeira" e você mentalmente desenha um objeto com quatro pernas e um encosto. Esta relação se dá nos primeiros milisegundos. Se o produto não está registrado no seu "HD", a pergunta é imediata: "o que é isto?"
No caso, meu projeto – um brinquedo infantil – foi salvo por um palhaço. Um desenho que remetia ao universo da criança. O impresso por trás dos pontos fez toda a diferença. Sem ele, era mais difícil de entender o objetivo do pontilhismo.
Ficou a questão: Um produto para ser considerado inovador tem que respeitar o sistema cognitivo?

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