domingo, 23 de janeiro de 2011

Inesquecível discurso

A pedido da minha colega Katiuscia Silva Gomes vou publicar aqui meu discurso. Além do carinho aos colegas, que tive a honra de representá-los como oradora da turma de formandos de Design da Ulbra 2010/2. Também gostaria de compartilhar este momento tão marcante na minha vida.

E as palavras foram estas:

Senhoras e senhores, boa noite! Gostaria, inicialmente, de agradecer a presença de todos. E, de forma especial saudar autoridades que compõe a mesa, paraninfo, professores homenageados. Aos convidados, amigos e familiares.

Quero também agradecer aos colegas a honra de representá-los. De falar em nome de cada um destes designers que lutaram tanto para estarem aqui. Lembro que durante a eleição para escolher quem ficaria com esta tarefa, ocorreu um fato curioso. Diferente do que acontece em outros cursos, como por exemplo Direito e Comunicação, em que há uma disputa acirrada para escolha do orador, na nossa turma aconteceu o inverso. Tivemos mais desistências do que candidatos. Além de mim só a Tuani. Confesso que isto me chamou muito a atenção e passei a observar os formandos, para descobrir o porque?! Qual o motivo da falta de interesse pela oratória? Para muitos amigos e familiares, em especial mãe e pai, a resposta parece óbvia – Ah o meu filho ou filha não gosta de falar em público mesmo. A minha própria mãe deve estar surpresa de eu estar aqui. E foi deste questionamento que surgiu a inspiração para este discurso .

Se pudessemos quebrar o protocolo e utilizar estes 5 minutos de outra forma, o fariamos? Qual a solução, que os colegas, agora designers, apresentariam? Seguindo a metodologia que aprendemos aqui na Ulbra. Primeiro fariamos um levantamento de dados. Quem sabe, com uma breve reunião no bar do 1, regada a batata frita e suco de abacaxi. Em seguida uma pesquisa com o público alvo. Sim, quem de vocês não participou de alguma enquete sobre cor, marca, conforto. Quem não teve de ceder medidas para estudos ergonômicos ou dar sua opinião sobre um produto qualquer? Que solução apresentariamos para substituir este discurso chato por algo interessante e atrativo?

Depois de um brainstorm, uma tempestade de ideias, ou melhor uma avalanche de ideias, pois nossa criatividade não tem limites, chegariamos a melhor fase do projeto, a geração de alternativas. Caneta, lapiseira, papel A3, A4, scketbook ou guardanapo de restaurante mesmo, tudo serve para trazer a tona aquela ideia magnifica, dar forma, cor, vida, torná-la real.

Neste momento é que todos podem entender e comprovar como nós, designers, nos expressamos. Não temos o dom de falar em público ou escrever textos épicos, nosso meio de expressão é visual. Produzimos tudo aquilo que você vê, toca e sente. Trabalhamos com algo mais profundo, que mexe com o inconsciente das pessoas. Tudo aquilo que você gosta ou não, mas não pode explicar o porque.

Donald Norman, ph.D em psicologia e pioneiro nos estudos de ciências cognitivas, ressalta o poder do designer de imaginar e fazer existir o que antes não existia e de afetar as pessoas, a sociedade e o planeta, muito, pouco, para o bem, para o mal.

E para dar vida as nossas ideias, nossa ferramenta fundamental é a mão. Ela é vital para nossa profissão. É ela quem empunha a caneta, que desliza o lápis sobre o papel, é ela quem clica o mouse, que modela o produto, que faz a costura, que lapida a joia. Não foi por acaso que ela apareceu na nossa camiseta. Colegas, por favor levantem as suas mãos para que elas ganhem destaque também nesta cerimônia, afinal, foi com a ajuda delas que chegamos aqui. Com elas é que finalizamos e executamos os nossos projetos.

Bom, como não é possível quebrar o protocolo e trocar o discurso. Até por que mudar algo nesta cerimônia é uma tarefa muito complicada. Esta cena é uma imagem que foi projetada e idealizada em primeiro lugar por nós. E depois pelo nosso público alvo. Nesta plateia há pessoas que sonharam com este momento muito antes de nós. Quantos pais imaginaram você erguendo o canudo enquanto comemoravam um gol em uma partida de futebol no colégio? Ou quantas mães velaram o seu sono imaginando você com esta roupa? Estar aqui, compondo esta cena, significa que você venceu. Esta é a imagem do sucesso. O ícone da vitória.

Quero finalizar pedindo ajuda ao público para saudar os mais novos profissionais do curso de Bacharel em Design e dos Cursos Superior Tecnológico em Design de Produto, de Moda e Gráfico, já que não fiz isto no início. Por favor utilizem suas mãos para parabenizá-los com uma salva de palmas.

2 comentários:

Rosi disse...

Teu discurso foi LINDO, Jacquezinha!!! Emocionante! Parabéns!!!

Giselle disse...

Lindo teu discurso Jakeeee..certamente vou roubar ele pra mim ....Parabéns amiga..tu merece toda a felicidade do mundo. JAMAIS desista dos teus sonhos..pra nós, a palavra impossível...NÃO EXISTE.
Te amo muito amiga...Beijos da Gi